terça-feira, 24 de janeiro de 2012


Saiba
Meu pobre coração não vale nada
Pelas três da madrugada
Toda a palavra calada
Dessa rua da cidade
Que não tem mais fim

domingo, 22 de janeiro de 2012

Um Saramago Póstumo


"Eu sei lá o que é o comum das gentes! Olho para milhares de pessoas durante o dia, vejo, com olhos de ver, dezenas. Vejo-as graves, risonhas, lentas, apressadas, feias ou belas, vulgares ou atraentes, e chamo-lhes o comum das gentes. Que pensará cada uma delas a meu respeito? Também eu ando lento ou apressado, grave ou risonho. Para algumas serei feio, para outras serei belo, ou vulgar, ou atraente. No fim de contas, também eu faço parte do comum das gentes. Também eu terei, para alguns, o pensamento adormecido.Todos nós ingerimos diariamente a nossa dose de morfina que adormece o pensamento. Os hábitos, os vícios, as palavras repetidas, os amigos monótonos, os inimigos sem ódio autêntico, tudo adormece. Vida plena!..."


Saramago, Claraboia, pg. 254
Primeiro post do fim.
(björk)