quarta-feira, 28 de março de 2012

Não me acostumo!

Há tanto que deveria ser apagado com apagador: Tristeza, pobreza, pequenez, hipocrisia, falta de ética! Se nossos pilotos fossem mágikos, ah, se pudéssemos escrever "FELICIDADE" e ela sair explodindo do quadro e contagiasse a todos, inclusive os analfabetos... pena que os sonhos viraram pó de giz... e a esperança, só tem falta na caderneta!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Só um trecho


FOLHETIM - Agora, e sobre as feministas?

ELIS REGINA - Tem o seguinte: o movimento feminista procura a emancipação da mulher. Eu fui uma mulher emancipada aos 14 anos de idade, e pelo meu próprio pai, que de "chauvinista" tem tudo e talvez por isso tenha me emancipado. Não é uma boa? Então, eu acho que na minha cabeça está tudo. Eu trabalho. Sei das dificuldades que uma mulher participante e atuante e que pensa tem. Quando senta numa mesa pra deliberar, nunca é olhada com a mesma seriedade. Mas é tudo uma questão de colocação. Podem não te olhar com seriedade cinco minutos, mas, se a conversa durar duas horas, daqui a pouco tem que estar falando de igual para igual. Afinal, qual é a diferença? Se uma coisa foi feita pra encaixar na outra, é tudo igual. Depois, tem outro lance aí. Eu acho que não está muito diferente a situação da mulher e a situação do homem, hoje em dia. Eu não sei porque, de repente sai todo mundo esbravejando: porque os homens, porque os homens. Esses homens "chauvinistas", machistas e supercomandados pelo esquema paternalista foram criados, gerados, alimentados, comandados e educados por mulheres que aceitavam isso. Então, o cara não tem a culpa sozinho, sabe? O meu irmão conseguiu dar o pinote quando ele saiu de casa, porque enquanto ele estava dentro de casa ele era um saco. Ele era o meu pai tudo de novo. Casou com uma mulher com a cabecinha toda certa, e ele troca fralda, e não se sente diminuído por isso. Eles dividem as responsabilidades da casa, do trabalho, do dinheiro, do carro, da moto, de tudo, sabe? Ali é uma comunidade, não tem homem, não tem mulher. São dois amigos que moram juntos. E são duas pessoas profundamente solidárias, que é uma coisa que eu não vejo em 80% dos homens brasileiros, a solidariedade. Sempre o homem é o que fica mais doente, o resfriado nele pega mais forte. Mas isso aí é resultado do quê? Da mamãe, da vovó, não é culpa deles. Mas tem que haver essa mulher chata que a gente é hoje em dia, pra falar assim: malandro, tu está cansado, mas eu também trabalhei até agora. Como é que é? Tudo numa boa. Não pode chegar, pegar uma foice e decapitar o cara só porque ele é homem. Ele é homem que foi filho de uma mulher. 


Peguei daqui.

terça-feira, 20 de março de 2012


"Eu sei como fazer minhas escolhas
E assumir os erros que lá vem
Se a alma finca pé os medos somem
Menino nunca deixe que te domem(...)
Besteira é não seguir o coração"



A minha fé e a minha prática de fé são vivenciadas dia-a-dia em minhas atitudes e pensamentos. Quando vivo os exemplos de Kali, quando leio os Upanishades, quando uso de minha liberdade de pensar e fazer e assumo todas as consequências disso, pois sou livre, vejo o quanto a ocidentalidade deixa a desejar os ritos antigos, as tradições, o respeito ao diferente. Há uma endeusificação do ordinário, do fácil, do cômodo. Kali é uma deusa de transformações, assim como Shiva, seu esposo. Ela ensina que as mortes-simbólicas do eu em contra-ponto com o Eu-Sagrado são importantes, ela ensina que discordar de si é construir um "si" novo, transformado e transformador. Meditar, ouvir e saber fazê-lo, valorizar o paradoxo do uno-multiplo, ter fé em seus próprios ideais, mudar se for preciso e saber disso, viver unicamente uma vida que onde há a possibilidade da reencarnação ou não.

A dança de Shiva pisoteia a ignorância e eu o acompanho inclusive a pisotear a minha própria ignorância.

Enxergar o ser humano e seu intelecto como limitados e ainda assim, observar a possibilidade de criação e a sensibilidade do mesmo. 
Não quero templos, dogmas ou até mesmo salvação. Não preciso disso. Só precisa de salvação quem considera a si mesmo condenado por algo: eu não me sinto condenada por nada.


segunda-feira, 19 de março de 2012

Etecetera

"Penso infinitamente sem parar."
Catedral


Tudo ao meu redor me excita ao raciocínio, ao questionamento. Eu não consigo dormir se não ir até a raiz de algo, isso me perturba. Eu não aprendi a ignorar. Eu sempre quero responder, sempre quero criar, ou destruir, sempre quero participar e não sei medir-me ou comedir-me. Isso não só me cansa, como cansa aos demais. A impressão que tenho é que algumas pessoas apenas aproveitam-se disso - que não sei se é uma benção ou maldição - usam essa minha característica contra mim, o que me deixa triste e cansada.

Eu gostaria de entender: isto me move mais apaixonadamente que tudo que já experimentei nesse mundo. Tocar, provar, vivenciar, adaptar... tudo isso é de minha ossada. Mas, cansa. Extenua. Agora mesmo estou pensando sobre esse texto e os mil e um significados dele. Ele me dá dúvidas. Eu vou relê-lo várias vezes, como se eu quisesse decorá-lo, mesmo ele sendo de minha autoria. Eu quero me conhecer, já me conhecendo. Ou descobrir. Me sinto em uma vigilância, eu queria poder "desligar" esse sentido. Mas, essa leitura que faço do mundo não é de agora, aliás, essas leituras. Estar sentado em frente ao rio Capibaribe no Marco Zero e não estar, pensar na maré, pensar na rigidez do banco, pensar na respiração do próximo, pensar na imensidão do universo, pensar que ninguém pensa sobre isso, pensar que eu posso estar errada, pensar que eu posso estar certa, pensar que alguém está pensando o mesmo, pensar que alguém pensa como eu, pensar que amanhã é outro dia e tentar estabelecer a relação com o sol, e o oceano que paulatinamente beija o rio. E não paro de pensar.

Ás vezes eu acho que meus cinco sentidos são malucos, desorientados, que possuo alguma patologia estranha. Talvez uma compulsividade por pensar. Por sentir e pensar. Por viver e pensar. Como deve ser aquilo? Como se faz? Quem criou? Por que? Pra que? E ouvir, e debater e compartilhar. Eis a minha compulsão irremediável.

São cadernos e mais cadernos de anotações, blogs e mais blogs, fotos, músicas, tudo tudo tudo tudo... me chama.

Tenho medo de não descansar na morte. O que será que ela é? O que reserva? Etécetera...

Etecetera... me lembra uma frase de Guimarães Rosa: "Viver, moço, é ETECETERA."
Concordo plenamente.









domingo, 18 de março de 2012

Ensurdecedor


O silêncio destruiu os barulhos em volta dos dois. Ele olhava para ela e o ao contrário também era verdade, mas ambos não podiam se falar.
Ele, porque não havia pensando em nada. 
Ela, porque pensava:
"All the hurt in the world, you know. There's nothing I'd love to do more than spare you from that burden. It's gonna be hard. If I could only shelter you from that pain. Just to make it easier on you... But you are gonna have to find out for yourself. (...)"

Ela havia mudado muito. Mas, não o que sentia.

sábado, 17 de março de 2012

sweet loneliness




"There is always something left to love. And if you ain't learned that, you ain't learned nothing." 


terça-feira, 13 de março de 2012

Confissão


"On the surface simplicity
But the darkest pit in me
It's pagan poetry"
Bjork


sou tão arisca e crua que me pergunto se sou amigável.
sou eu uma pessoa sozinha, que aprecia dos bons silêncios aos grandes berros.
me faço distante, querendo estar perto. sou tudo ou nada e isso sim, me dói.

isto é uma confissão: quando me vir, me abrace mesmo que minhas presas te machuquem.
garanto que não machucará mais que a dor de não ser abraçado...

segunda-feira, 12 de março de 2012

com força














Eu me sinto estranha, uma coisa louca disforme e com força.

Eu me sinto boca cheia de dentes, cheia de raiva e com força.
Eu me sinto carinho, me estranho no ninho e com força.
Eu quero gritar a rebeldia, arranhar a hipocrisia com força.

Ai, que vontade louca e disforme, cheia de dentes e de raiva, que me arranca do ninho carinhosamente com força e que me faz rebelde ante a hipocrisia...