terça-feira, 20 de março de 2012


"Eu sei como fazer minhas escolhas
E assumir os erros que lá vem
Se a alma finca pé os medos somem
Menino nunca deixe que te domem(...)
Besteira é não seguir o coração"



A minha fé e a minha prática de fé são vivenciadas dia-a-dia em minhas atitudes e pensamentos. Quando vivo os exemplos de Kali, quando leio os Upanishades, quando uso de minha liberdade de pensar e fazer e assumo todas as consequências disso, pois sou livre, vejo o quanto a ocidentalidade deixa a desejar os ritos antigos, as tradições, o respeito ao diferente. Há uma endeusificação do ordinário, do fácil, do cômodo. Kali é uma deusa de transformações, assim como Shiva, seu esposo. Ela ensina que as mortes-simbólicas do eu em contra-ponto com o Eu-Sagrado são importantes, ela ensina que discordar de si é construir um "si" novo, transformado e transformador. Meditar, ouvir e saber fazê-lo, valorizar o paradoxo do uno-multiplo, ter fé em seus próprios ideais, mudar se for preciso e saber disso, viver unicamente uma vida que onde há a possibilidade da reencarnação ou não.

A dança de Shiva pisoteia a ignorância e eu o acompanho inclusive a pisotear a minha própria ignorância.

Enxergar o ser humano e seu intelecto como limitados e ainda assim, observar a possibilidade de criação e a sensibilidade do mesmo. 
Não quero templos, dogmas ou até mesmo salvação. Não preciso disso. Só precisa de salvação quem considera a si mesmo condenado por algo: eu não me sinto condenada por nada.


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